sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Trégua em Tróia

Estrofe

Canto, ó Elena, a sua ode!
Pegue um instrumento e zás!
Não carece ser a lira.
Faz da minha letra melodia.
Dialoga, então, comigo em verso
ou prosa. Deixa que meus textos
sejam água, fluindo. Umidecendo.
Responde com detergente,
e da mistura, bolhas de sabão;

Antístrofe
Dai ao homem aquilo que ele busca.
Reciproque um pouco mais.
Jogue um pouco de tempero.
Ler por ler é nada? Ser por ser,
tampouco. O bálsamo do poeta,
estará nos olhos de quem vê.
Estará no coração de quem sente.
Poeta é afinal um pouco louco,
que se acha quase vidente.

Epodo
Mas eu não sou poeta, nem de brincadeira.
As palavras brotam em mim, qual erva daninha.
Todo texto fala de mim, mesmo quando fala de você.
Porque eu não sou, nem quero ser, nada objetivo.
Vivo e respiro imagens, metáforas, sonhos e desejos,
Quero amar, aprender, viver, voar.
Quando a voz retorna aos ouvidos num eco torto,
que não é eco posto que é nova melodia, elogio, sua inspiração.
Poderia eu desejar ardentemente algo mais?

Um comentário:

  1. "Canto, ó Elena, a sua ode!"
    Poderia eu imaginar um dia receber esse presente?
    Já li muitas vezes, vou embora, volto para ler outra vez.
    E aí cada vez mais forte te vejo, te vejo.
    Outras vezes não foram como esta.
    Fiquei emocionada e orgulhosa de ver teu talento em seguir um rigor ao compor as estrofes
    tão lindas, entrelaçadas e ao mesmos soltas para que cada uma toque a outra.
    Surpresa demais fiquei eu e encantada e lisonjeada ao receber minha ode cantada por você.
    Seu desejo ardente me confunde.
    Meu desejo, mesmo que sonho, é que cante a minha ode, o meu presente .
    Já vivo antecipadamente esse acontecimento porque imaginá-lo é prazeroso, me faz sorrir, me pego em devaneios, me transporto para lugares nos quais imagino alguma cena da Grécia antiga como palco da tua apresentação. E eu? Assistindo este tão sublime gesto vindo de ti, Elton, amigo querido, sensível que quer "amar, aprender, viver, voar."

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